quarta-feira, 15 de julho de 2009

Histórias do Balbino: meus quinze minutos de fama (parte I)

(Cansado bagarai...)


O ano era 1992. Ano que a Seleção Brasileira de Voleibol, comandada pelo técnico José Roberto Guimarães, vence a Holanda na final da Olimpíada de Barcelona, com impiedosos três sets a zero. Foi um show de um time que atingira seu auge antes do programado e conquistara a inédita medalha de ouro em esportes coletivos para o Brasil. Aquele era um time jovem e que teria seu ápice, teoricamente, na Olimpíada seguinte, em Atlanta 1996. Um time que tinha os então jovens Tande, Giovanni, Maurício e Marcelo Negrão, além dos centrais Paulão e Carlão. Na reserva (se é que poderíamos chamar estes caras de “reservas”), atletas como Talmo (levantador), Janelson e Pampa (Ponteiros), Allan, o experiente Amaurí e Jorge Edson (Centrais).


Com esta vitória, aconteceu um boom da chamada tietagem. As meninas, em sua grande maioria teenagers, gritavam, esperneavam e se descabelavam por causa dos campeões “sex symbols” olímpicos. E o mais engraçado é que esta tietagem atingia todo e qualquer ser que praticava o então esporte mais popular do Brasil (uma vez que a Seleção de futebol só se lascava e Ayrton Senna, outra unanimidade esportiva nacional, sofria com uma Mclaren terrestre perante a Williams de “outro planeta” de seu rival Nigel Mansell). E para quem não sabe, este pequeno blogueiro/twitteiro praticou este esporte por vários anos de sua adolescência. Estava com meus dezesseis anos quando, após a conquista olímpica, a MTV fez uma reportagem em dois dos clubes mais tradicionais da época: O E.C. Banespa e o C.A. Paulistano. Eu então um atleta do Paulistano, que era um clube (acho que ainda é) bem elitista de São Paulo, estava como meus companheiros de time, em fase de alongamento pois entraríamos em quadra em poucos instantes para treinar. Aguardávamos o final do treino da categoria infanto-juvenil, já que em minha idade eu pertencia a categoria juvenil, quando eu a vi: a nanica Astrid Fontinelli, repórter/VJ  da MTV. Nosso técnico (o velho e bom Lorival! Onde será que ele anda?) disse para sermos o mais natural possível, mas como ser? Impossible! Tínhamos todos entre dezesseis e dezoito anos e o que mais queríamos era aparecer! Ok, confesso que eu queria mais é ficar queitinho no meu canto, mas depois de ela pegar o Fabio (que se intitulava “Fabio Cantagalli”), Tato (Renato) e Emerson, sobrou para mim. Ela veio e me entrevistou. Falei uma meia dúzia de bobagens e depois ficou a expectativa de quando ia sair a reportagem. Disse a nanica VJ/futura apresentadora que em uma semana ou duas no máximo estaria editado e no ar nos boletins da MTV. Ah, mas foram duas semanas de overdose de MTV em casa e vídeo cassete (sim, sou jurássico!) sempre no Play/Rec para gravar a minha “primeira” entrevista de minha carreira. Pobre Sérgio! Mal sabia que seria sua primeira e única vez que apareceria na TV como atleta...


Depois de duas semanas broxantes em que nada passava, desisti e desencanei. Naquela época, estudava no bom e velho Conde (E.E.S.G. Conde José Vicente de Azevedo, no bairro da Praça da Árvore) de manhã, ajudava meus pais à tarde em uma loja de material de construção que minha família tinha (no bairro de Vila das Mercês, São Paulo) e treinava a tarde. Todo santo dia. Lembro que era uma quinta feira em que não tive treino e estava dormindo à tarde, afinal era meu dia de “folga”. Toca o telefone e minha mãe vai até o quarto dizendo “Sérgio, é a Débora (Débora Salício! Caceta, por onde será que ela anda?) que estudava comigo e era muito amiga minha. Atendo com aquele bom humor lazarento que tenho até hoje de manhã e devo ter proferido algum palavrão para a pobre quando ouço “Ow, para de ser mal humorado e me ouve! Você fica uma graça na televisão!”


Para tudo! What? É... A reportagem saiu! Bom, a segunda parte da história eu conto em outro post para este não ficar cansativo. Mas como um dia disse o pintor e cineasta norte-americano Andy Warhol, “no futuro, todo mundo terá seus quinze minutos de fama”.


E eu literalmente tive naqueles dias que vieram...


Conto depois!

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